O Benfica vive um momento de reflexão sobre o setor ofensivo. Apesar do domínio em campo, a equipa tem sofrido para transformar posse de bola em golos. Veja a análise completa.
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Depois de um início promissor, o Benfica começa a enfrentar o primeiro grande desafio da temporada 2025/26: a falta de eficácia ofensiva.
Apesar do domínio nas estatísticas de posse de bola e oportunidades criadas, a equipa de Bruno Lage tem desperdiçado chances importantes, gerando críticas entre adeptos e analistas desportivos.
O problema, embora ainda precoce, já levanta questões sobre ajustes táticos e a dependência de certos jogadores.
⚽ Domínio sem concretização
Nos primeiros seis jogos da temporada, o Benfica registou média de 68% de posse de bola e 17 finalizações por partida, mas marcou apenas 8 golos — um aproveitamento considerado baixo para o padrão encarnado.
Em partidas recentes, como o empate contra o Braga e a derrota para o Porto na Supertaça, a equipe demonstrou dificuldade em transformar volume em eficácia.
Bruno Lage, em conferência de imprensa, reconheceu o problema:
> “Temos criado, mas não temos finalizado. Precisamos de mais frieza no último terço. O futebol moderno é decidido em detalhes.”
🔍 Causas principais da queda ofensiva
A análise interna aponta três fatores principais:
1. Excesso de cruzamentos previsíveis – o Benfica tem apostado demais nas alas, o que torna o ataque mais fácil de ser anulado por equipas compactas.
2. Falta de mobilidade no centro – o avançado titular, Arthur Cabral, ainda não se adaptou totalmente ao estilo de jogo português, mostrando dificuldades em movimentar-se entre linhas.
3. Desgaste físico de Rafa Silva e João Mário – principais articuladores ofensivos, ambos vêm de uma sequência pesada de jogos e mostram sinais de cansaço.
💡 Ajustes táticos em curso
Nos treinos no Seixal, Bruno Lage tem testado novas dinâmicas ofensivas. Uma das principais mudanças foi a utilização de dois pontas móveis, aproximando Di María e Rafa Silva do centro do campo para explorar diagonais curtas.
Outra aposta é no jovem Tiago Gouveia, que vem ganhando espaço como alternativa pela ala direita, oferecendo velocidade e improviso.
Segundo fontes próximas do clube, o treinador também pretende reduzir a dependência de cruzamentos longos, incentivando jogadas combinadas entre os médios.
O objetivo é tornar o ataque menos previsível e mais criativo.
🧠 O papel do meio-campo
O meio-campo do Benfica, com João Neves, Florentino e Richard Ríos, é elogiado pela recuperação rápida de bola, mas ainda carece de passes verticais.
Bruno Lage quer transformar essa linha de médios em uma plataforma de construção mais agressiva, encorajando o uso de passes entre linhas e aproximações em triangulações rápidas.
Durante o treino aberto na última quinta-feira, observou-se a equipe trabalhando movimentos coordenados entre lateral e interior, simulando situações de um contra dois.
Essas mudanças devem começar a ser aplicadas já nas próximas partidas da Liga.
🔥 Pressão dos adeptos e da imprensa
Os adeptos, especialmente nas redes sociais, expressaram frustração com o rendimento ofensivo, mas mantêm confiança na equipe.
A hashtag Benfica Precisa Marcar, foi destaque, refletindo o desejo de ver um futebol mais incisivo.
A imprensa esportiva também tem destacado que o plantel encarnado “é bom demais para produzir tão pouco”.
O ex-jogador Jonas, ídolo do clube, comentou em entrevista à TVI:
> “O Benfica tem tudo — talento, posse, estrutura. Falta apenas a confiança de quem sabe que pode marcar a qualquer momento.”
🧩 Soluções possíveis
Entre as alternativas estudadas, estão:
Substituir Arthur Cabral temporariamente por Marcos Leonardo que tem mostrado boa média de finalização nos treinos.
Aumentar a rotação do elenco, dando descanso a Rafa Silva e João Mário.
Introduzir variações táticas, como o esquema 4-2-3-1, que facilita o jogo entre linhas e oferece mais liberdade ao meia ofensivo.
Além disso, o clube analisa reforçar o ataque na próxima janela de transferências, caso a situação não melhore até dezembro.
📊 Dados que preocupam
Um levantamento feito pelo Record Digital mostra que, entre as equipes do top 3 português, o Benfica é a que mais finaliza e a que menos converte.
Enquanto o Porto marca a cada 5,2 remates, e o Sporting a cada 6,1, o Benfica precisa de 9,4 tentativas para fazer um golo, diferença estatisticamente relevante.
Esse dado tem sido usado como argumento de que o problema é psicológico e tático, e não apenas técnico.
🗣️ Declarações do plantel
O capitão Otamendi minimizou as críticas e garantiu que o grupo está unido:
> “Estamos a trabalhar para voltar a marcar. O importante é criar oportunidades. Quando o primeiro entrar, os outros virão naturalmente.”
O discurso de confiança é compartilhado por Bruno Lage, que pediu paciência e apoio da torcida durante o processo de adaptação dos novos reforços.
🧭 Conclusão
O Benfica vive um momento de transição ofensiva.
O talento existe, a posse de bola é consistente, mas a execução final ainda precisa ser refinada.
Com ajustes táticos, rotação inteligente e foco na finalização, o clube tem tudo para recuperar a eficácia e voltar a ser uma máquina de golos.
A próxima sequência de jogos será determinante para medir o sucesso dessas mudanças — e talvez definir o rumo da temporada encarnada.
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