O Benfica acelera no mercado de transferências com objectivos ambiciosos — entre entradas em destaque, saídas estratégicas e um plano financeiro que aponta para grande investimento. A ênfase recai sobre o reforço do plantel e a preparação para impor-se novamente em Portugal e na Europa.
O Benfica entrou com tudo em 2025. Depois de uma época em que a resposta nos grandes palcos nacionais e europeus ficou aquém das expectativas, a direção encarnada decidiu que não há tempo a perder: é hora de agir no mercado de transferências para tornar o plantel mais competitivo, mais versátil e pronto para lutar com ambição.
1. O pano de fundo: por que tanta urgência?
Vários factores explicam o movimento vertiginoso do clube esta temporada. Primeiro, a necessidade de recuperar protagonismo na liga portuguesa, onde a concorrência tem vindo a crescer significativamente. Segundo, a ambição de voltar a fazer boa figura nas competições europeias — a participação na UEFA Champions League 2025‑26 e a consequente garantia de receitas fazem parte desse plano.
Além disso, o clube sabe que no mercado actual os custos sobem cada vez mais — investir cedo, com critério, pode fazer a diferença na construção de um plantel capaz de responder a vários cenários.
2. Entradas de peso: apostas que prometem
Uma das grandes novidades deste mercado é a aposta firme em reforços que chegam para dar respostas imediatas. De acordo com dados publicados, o Benfica movimentou cerca de €202,5 milhões em transacções (somando entradas e saídas) nesta janela de verão. ([somosfanaticos.fans][1])
Entre as entradas mais sonantes estão:
Richard Ríos (ex-Palmeiras) — oferta do Benfica avaliada em cerca de €25 milhões + variáveis. ([record.pt][2])
Dodi Lukebakio (ex-Sevilha) — contratado por €20 milhões + €4 milhões em variáveis, com um contrato até 2030. ([Diario AS][3])
Enzo Barrenechea (ex-Aston Villa) — reforço confirmado, com contrato de cinco temporadas, num investimento de cerca de €15 milhões. ([record.pt][2])
Estas contratações demonstram a estratégia do clube: não só contratar qualidade, mas também estruturar contratos de média/longa duração para dar estabilidade ao plantel.
3. Saídas estratégicas: criar espaço e receita
Para acomodar as entradas, o Benfica também promoveu várias saídas significativas — seja para equilibrar o orçamento, seja para reforçar a ideia de renovação.
Um dos casos mais emblemáticos: Kerem Aktürkoğlu, extremo turco, transferido para o Fenerbahçe por cerca de €22,5 milhões, com possibilidade de atingir €25 milhões com bónus. ([Reuters][4])
Estas operações ajudam o clube a manter uma base financeira saudável, permitindo reforços e simultaneamente gerindo o equilíbrio da SAD.
4. O reforço sul-americano em destaque
No meio de todo este turbilhão de negociações, há um alvo que se destaca e capta especial atenção: Richard Ríos. O médio colombiano é visto como um reforço com elevado potencial e capaz de elevar o nível de competitividade da equipa. O Benfica apresentou uma proposta ao Palmeiras na ordem dos 25 milhões de euros (+ variáveis) pelo jogador. ([record.pt][2])
A aposta em Ríos evidencia que o Benfica não quer apenas jogadores experientes, mas também jovens com margem de progressão — uma combinação de rendimento imediato + valorização futura.
5. Finanças, balanço e sustentabilidade
Investir no mercado implica também gerir o risco. Segundo os relatos, o clube entende que o mercado português mudou — exige valores mais elevados para garantir qualidade. ([Reddit][5])
Além disso, os relatórios da SAD apontam que o rumo estratégico continua a estar “ancorado na ambição desportiva, na conquista de títulos e na projeção internacional, assegurando em simultâneo um retorno económico e financeiro adequado” para os accionistas.
Isto significa que, embora o investimento seja forte, a estrutura procura que haja “círculos virtuosos” entre contratações, desempenho e eventuais vendas futuras.
6. Preparar o plantel para múltiplas frentes
Com estas mudanças, o Benfica prepara-se, de facto, para uma época com múltiplos desafios: campeonato nacional, taças e Champions League.
A entrada de jogadores como Barrenechea e Ríos aumenta a profundidade no meio-campo, Lukebakio dá mais opções ofensivas, e as saídas permitem libertar salários e espaço para rotatividade.
Também relevante: a janela de inscrição especial aberta pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) entre 1 e 10 de junho de 2025 permitirá aos clubes inscrever jogadores fora das janelas tradicionais, o que oferece flexibilidade adicional às decisões de plantel. ([Rádio Renascença][6])
Tudo isto mostra que o plantel do Benfica não está a ser construído apenas para “hoje”, mas com vista a breve e médio prazo — mais completo, mais robusto, com maior capacidade de rotação.
7. Riscos e incógnitas
Claro que, apesar da ambição, há sempre riscos. Alguns deles:
Integração dos reforços: nem sempre a adaptação de jovens ou estrangeiros é imediata. A pressão de vestir a camisola das Águias exige rendimento.
Equilíbrio financeiro: investir mais significa correr o risco de não recuperar esse valor ou sofrer em termos de resultados se os objetivos não forem atingidos.
Saídas adicionais: há rumores de mais jogadores a saírem ou sendo transferidos se chegarem propostas — o que pode alterar dinâmicas internas.
Concorrência reforçada: os rivais também estão ativos, e o Benfica não pode “desligar” que, para recuperar o protagonismo, terá de ser melhor (ou mais regular) do que a concorrência.
8. O que esperar para Janeiro e além
Enquanto o mercado de Verão está praticamente fechado, o Benfica não descansa. Janeiro poderá trazer “surpresas” ao nível de contratações tardias ou negociações em final de janela.
A própria comunicação do clube dá a entender que “até ao último momento tudo é possível”.
Se os reforços apresentarem rendimento, o Benfica poderá já encarar as próximas épocas com mais confiança, e até com uma nova ambição: lutar de forma consistente pela Champions e recuperar o título de campeão nacional.
9. Impacto para o futuro
Se o plano for bem executado, o Benfica poderá entrar na época 2025/26 com:
Mais profundidade de plantel, o que permite rodar jogadores e evitar desgaste em épocas longas.
Maior versatilidade táctica, com reforços que trazem diferentes características ao jogo.
Melhor posicionamento europeu, não vindo apenas para participar, mas para se afirmar novamente.
Melhor imagem de marca, o que pode atrair jovens talentos e parcerias futuras.
Por outro lado, se os reforços tardaram a render ou se existir ruptura entre investimento e resultados, haverá desgaste — o que pode impactar os objectivos desportivos e financeiros.
Conclusão
Em Lisboa, no reduto da Luz, não há espaço para hesitações: o Benfica abraça este mercado com a expectativa de transformar, de relançar e de afirmar-se. Entre entradas de peso, saídas bem pensadas e uma estratégia que visa um futuro mais forte, o clube demonstra que não está apenas a reagir — está a antecipar.
A grande questão agora é: será que estes reforços e este plano serão suficientes para devolver o Benfica ao topo, em Portugal e na Europa?
A resposta estará nos relvados.

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